O que foi não volta jamais

Nasci cega e cresci muda.
Tomei-te como um todo, e tudo era meu.
Errei e com que frequência isto aconteceu...
Sabias o quão hipnóticos os teus olhos eram
e sabias como os usar, sem nenhuma insegurança deixar.
Confiar deixava de ser, então, uma mera palavra
e até isso te senti a estragar.
Ou pelo menos eu assim achava,
diziam aleivosias sem saber e sem pensar.
Distorci as tuas palavras no meu pensamento
e achei que desta vez era eu a peça por completar.
Agora não me culpes no presente por erros cometidos no passado;
pois tu, tu sabes toda a razão do meu temer.
O que era já não é mais, o que foi não volta a ser.
Nunca mais.