folha de papel, lápis de carvão.

escrevo porque gosto, escrevo para me libertar, não para agradar. ps. todos os textos são da minha autoria, os créditos inventaram-se por alguma razão.

agosto 30, 2011

Nova etapa

E lá fui eu, arrastada por ventos de 2 Verões.
Com uma mala na mão direita e um aroma de culpa, fragrância de tristeza na outra.
Uma verdade, como um tiro á queima roupa...
Nada foi puro, nada foi real e inocente.
Nem mesmo no auge da explosão do grande vulcão as pernas do teu ser enfraqueceram, porque não havia fraquezas. É pena. Pois, não existe amor sem existir fraquezas. E sem amor, nada foi verdade.
Mas já não tenho lágrimas, quem diria. Tudo tão de repente, nem procurei.
Mas quem não procura pode sempre encontrar por acidente... E vindo do nada, uma aparência ilusória com um tule não tão transparente quanto isso.
Melhor que uma brisa de Verão em pleno Inverno, melhor que um beijo vindo da lua.
E agradeço. Veio tarde, mas suficientemente cedo para perceber que tudo é mais bonito, se afastarmos o que há de negativo.
Foi o negativo mais positivo de sempre, mas não chegou. Nunca chegou.
Querida imperfeição perfeita, agora estou noutra ilha, e é a partir dela que te aceno.
Já não é a primeira vez que transformo a minha folha de sentimentos amargos por uma carta de agradecimentos, a meio caminho. Porque amei.
Mas não quero mais. Não assim. Por isso, agradeço cada tentativa, cada (miserável) esforço.
Agora estou livre, já não tenho braços, mas asas.
Adeus tortura, olá querido amigo.







junho 18, 2011

Um dia.

Tudo mudou num segundo, apenas um segundo e tudo o que era já não é mais.
Atribuir culpas vale zero. Entre palavras nervosas de quem odeia sem odiar, e grandes deslizes e beijos de quem ama sem amar não há maior culpado senão nós.
A nossa história, ou devo dizer minha? É como um livro, escrito em linhas perfeitas com uma letra de quem não sabia o que queria ou se queria, e logo em seguida cada palavra era inseguramente rabiscada. E voltava-se a escrever, e voltava-se a riscar.
Tem piada como as últimas páginas sofreram poucos rabiscos, talvez pela entrada de uma nova personagem. Personagem com direito a tapete vermelho. E tudo mudou.

Um dia, não agora, mas um dia vais sentir falta do meu aroma na tua almofada mesmo antes de te deitares, vais sentir a água do teu chuveiro mais fria que nunca, vais olhar para ela e vais ver que na sua perfeição faltam as minhas imperfeições...
E sobretudo, um dia vais perceber que o que realmente faltou não era amor, nem amizade, nem mesmo confiança. Era lutarmos juntos. Juntos venceríamos tudo, mas não estávamos juntos.
Esse dia só vai chegar quando me perderes para sem
pre, para outra pessoa.
E nesse dia, espero que não te arrependas porque já vai ser tarde de mais.

E assim se vira a última página do livro e se abre outro, com novas personagens, novos sorrisos e
antigas lições de vida.

maio 19, 2011

Meia Paixão

Sei muito bem o que escondes por debaixo dessas sorrateiras mangas - Grandes e pontiagudas garras. Localizo facilmente data e hora e não preciso de grandes rascunhos para detectar o local.
A tua voz, como um vento ensurdecedor, não me deixa captar a intenção de todas as palavras, porém, o teu toque, sempre reconhecível e sem remorsos, esclarece a situação: cheia de querere's e vazia de sentimentos.
E queimo envergonhados pensamentos e liberto subtis lágrimas. Mas não, as tuas garras não são de gato, são de puro leão. Leão destemido, leão insensível, leão esquecido.
Sem medo do futuro, esquecido do passado. Tão esquecido e tão insensível - Quando me encostas à parede com o único intuito de tornar aquelas cicatrizes, quase dissolvidas, em lagos de sangue.
Não, nunca fui de meios termos; meio cheio, meio vazio, meio amada, meio esquecida... Não sirvo de meio escape, meia boneca.
Sou um pequeno grande todo. E quanto a copos meio cheios, prefiro-los totalmente vazios, a ser uma meia paixão.


abril 29, 2011

Espelho do passado





Olha-se no espelho todas as manhas e por vezes até pelo crepúsculo, para ter a completa certeza.
E sim. Nada de novo. O mesmo sol, a mesma roupa, a mesma música, os mesmos lençóis e, sem dúvida, a mesma situação.
Nada mudou. Tudo o que era continua a ser.
A única ténue diferença são os olhos de quem a via. Foi sempre assim, ela via o que queria mascarando cada situação. Ela, uma princesa com coração de ouro que não era (nem é), mas estava feliz... Feliz com as suas ilusões e sonhos.
Bastava desfocar a vista e desligar o pensamento. E lá estava. A felicidade.
De todos os erros possíveis aquele era o pior.
Talvez seja por isso que agora não consiga olhar-se e olhar o mundo com os mesmos olhos.
Todas as outras pessoas lhe parecem diferentes, agora, sem qualquer desfoque. E o seu espelho... Oh, o seu espelho cada vez mais sombrio.
Arranjou uma fórmula de escape; Esperar o pior de tudo. Desta forma só pode ser surpreendida pelo melhor e impossível é a desilusão do pior.
Chegou ao ponto em que mentir aos outros não chega e que mentir a si mesma não é apenas consolador mas sim necessário.
Quando se chega a esse ponto a única solução é partir o espelho. Eu já parti o meu.

abril 27, 2011

Última Carta






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Querido Tu,





Já perdi a conta ao número de textos que tenho escrito. Confissões entre mim e a minha intimidade. Mas este quero que o leias porque vai ser o último que alguma vez será dirigido directamente a ti.
Ainda não me atrevi a ouvir melodias que se aproximem ao meu estado de espírito. Tenho medo que os meus olhos se tornem em dois grandes rios imparáveis.
Aprendi a jogar no lado seguro, ensinaste-me a construir a linha imaginária mais tocável de todos os tempos. Não sei se te agradeça, não sei se te despreze.
E até orgulho tenho em dizer que passeares-te com ela mesmo á frente dos meus olhos sem a mínima preocupação não me faz também a mais mínima confusão. Por razões que... Bem, se tas contasse ia levar á erupção de vários vulcões. E não é de todo a minha intenção, se é que a tenho.
Aquelas qualidades todas foram-se tal como a tua amizade. Talvez por isso não consiga expressar qualquer sentimento por ti. Nem ódio, nem amor, nem amizade...
Querias tanto fazer as coisa certas que te saiu tudo ao contrário. E agora, num cruzar de olhos, só me lembro de como foste uma desilusão e de como, agora mais que nunca, um beijo teu, uma caricia não tem qualquer significado, apesar de traição. Traição ao passado e não só.
Esse está bem guardado, e não deixo que lhe faças mal. O resto... Não é da minha conta. É teu de cuidar, e não estás a fazer um grande trabalho.
Aquela primeira impressão que eu tinha de ti... Ora, Aquela que tanto nos separou... Ironicamente, aquela que tanto criticaste... Estava completamente correcta.
Não precisas de te esforçar ao atirar-me à cara nada. Sei o que fiz, mas também sei muito bem tudo o que fizeste. E não te iludas. Não tentes virar o presente contra mim; pois aquilo? Foram apenas beijos, apenas brincadeiras. Não mexeu, nem durante um segundo, com o meu novo coração de aço. Na tua cara já não vejo nada para além de uma lição de vida. És zero.
E tenho pena. Muita pena. Mas mesmo que quisesse... Não importa, porque não quero.
Não importa "e se...", "e se..." . Esses nunca te importaram, não me importam a mim também. E não importam porque nada restou e o passado nunca vai voltar. E não é por tu não quereres... é porque eu não quero.






Desejo-te o melhor,
V.S.
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março 26, 2011

És ouro.

Ultimamente só me tem apetecido escrever. E tu... oh tu, tu sabes porque o faço! Preciso disto, tal como preciso de respirar. Preciso disto para respirar. Escrevo como se isso me fosse ilibar de qualquer crime cometido.
Sabes... Ao longo do meu crescimento sempre ouvi a minha mãe dizer: "O que doí, cura." Sempre associei essa pequena frase a dores exteriores, só hoje percebi que tinha um segundo sentido nas entre-linhas.

Tenho me tornado muito mulher a teu lado, oh meu querido, se tenho... E como forma de agradecimento tenho-te oferecido toda a minha sinceridade.
E, por isso, confesso, é uma tortura para mim ouvir o telemóvel vibrar... Sempre que isso acontece imagino durante dois longos segundos quem poderá ser, retirando logo a hipótese de seres tu, por motivos óbvios. E quando és, quem me dera que não tivesses sido, pois sinto as tuas mensagens como cubos de gelo.
Mas se há alguém capaz de me fazer gargalhar, quando não tenho a mínima vontade de sorrir sequer, esse alguém és tu. Mas peço-te que desta vez não o faças, e não me peças para não chorar. Preciso de chorar, preciso de chorar muito. Mas isso é bom! "O que doí, cura"
E estou a curar-me, sim. Estou a renascer dos meus erros. E única coisa que peço com todas as minhas forças, é que esperes pela minha cura. Não deixes fugir por entre os dedos o que ainda não foi levado pelo silêncio.

Tenho uma grande admiração por ti, como cresceste tanto, em tão pouco tempo! E agradeço-te por me teres mostrado as bases de um grande sentimento. E agora percebo. E agora sou eu quem to digo: Temos tempo. O tempo não pára, mas muito menos acelera. E deixo-te, como sinónimo desta confissão, estes grandes tijolos que um dia irão ser a base de uma grande amizade.

março 24, 2011

Resultado de um castelo de areia destruído.


Se ao menos alguém soubesse que por trás deste sorriso se encontram mil lágrimas contidas.
Se ao menos alguém me explicasse porque é que tudo está a ir no sentido oposto, de tudo o que é imposto.
Se ao menos alguém conseguisse perceber o porquê das minhas atitudes.
Se ao menos alguém me dissesse o que fazer, por que caminhos seguir...

Ninguém pode imaginar tudo o que me sai destes poros, tudo o que vai na minha alma é um segredo bem guardado.
Tudo o que posso tornar público é que o meu oxigénio está a chegar ao fim.
Estou saturada de contrair suspiros diariamente, estou cansada de ouvir conversas alheias afiadas em cada canto quando tudo o que quero é o silêncio da minha solidão.
Sinto que estou mais uma vez a escalar uma montanha, que para além de infinita está cheia de obstáculos traiçoeiros.
Não peço por pontos de abrigo, rejeito-os. Tudo o que quero é não precisar deles.
Como se não bastasse, ainda sou especialista a magoar-me a mim mesma. Cedo aos meus caprichos incapazes de serem substituídos, e até dou por mim a imaginar reviravoltas nesta história, em que tudo vai passar subitamente do horrível para um paraíso.
Continuo a sonhar acordada, apesar de já ter batido, inúmeras vezes, com a face no vidro quase invisível daquela porta... nunca passou de um erro causado pelo desejo.
É impossível de contornar. Sempre tive esperança, vou ter sempre esperança...
e isso vai ser o que me vai matar.

março 07, 2011

Once in a lifetime.

Já vi nos teus olhos o puro amanhecer, o nascer de um sol que brilhava mais do que nunca, pensava eu.
Até descubrir com o tempo, que a seguir aos primeiros raios de sol vem a total claridade de uma estrela brilhante - ela era o teu sol, ela era o brilho e a vida nos teus olhos.
A única capaz de te mudar, de te levar a visitar os confins dos sentimentos, de te fazer gritar ao mundo quem ela era e a quem pretencia, a única que conseguiu transformar esse amor em estado sólido.
Como tal, depois de um dia caloroso e radiante, o sol acaba por pôr-se. A chama que alimentava a maior estrela do universo estava a apagar-se aos poucos e poucos.
"A única", deixou marca, deixou saudade.

Ele acabára de viver o seu fogoso amor de verão.

Agora é noite, o sol que antes brilhava incandescentemente está longe, longe da vista e aos poucos, do coração.
A estrela adormecida é obrigada a despertar, é o que reza a lei.
O primeiro raio rasga o horizonte escuro, depois outro, e outro. Porém, o brilho não era o mesmo... O sol estava lá, mas cercado por um nevoeiro intenso e nuvens cinzentas prestes a rebentar. O sol estava lá, mas o sol não era o mesmo.
Desta vez, o papel tão desejado era ocupado pela mesma pessoa que viu o primeiro puro amanhecer, aquele que julgava brilhar mais que nunca, e aquele em que descubriu que estava enganada.
Esta estrela possui tanta ou mais capacidade para brilhar e rebentar corações apenas com um olhar. Mas esta estrela não era nem é a tal.

Ela anseia por ele. Superior a um ansia tão fatal e irrevogavél apenas o desejo de estar no seu lugar. O desejo de viver um tão grande, verdadeiro e arrebatador amor. Algo que só se tem uma vez na vida.



Ela continua a espera dele e, simultaneamente, á espera de viver uma grande história de amor... Ela esquece-se q... Eu esqueco-me que... que ele já viveu a dele.



dezembro 17, 2010

O fim

Hoje, hoje estou mais apática que qual outro dia.
Hoje não me apetece chorar, escrever nem rimar. Apenas esperar.
Espero pelo melhor momento, momento que me permita dizer adeus.

Já sorri, já gritei, já me diverti, já chorei, já me senti apoiada e um apoio, já caí, já me senti acolhida e desejada... Tudo isto contigo. Isto e mais um turbilhão de sentimentos, menos felicidade.
Sei que não tens nada mais que me possas dar e mesmo percorrendo e gastando todas as tuas qualidades e defeitos, nunca fui feliz.
Mudaste, transformaste-te. E eu?
Não te amo. Amo o rapaz que eras há dois anos.
Alegre, apaixonante, carinhoso... diferente.
Por estas facetas e outras, eu caí de amores por ti. Por essas mesmas facetas e ainda outras, dois anos depois, continuo a escrever sobre ti.
Todavia, já não és nada do que em ti existia.
Escrevi milhares de textos, textos como este, e escrevi ainda mais outros milhares, textos sobre o fim. Acabaram todos da mesma forma, rasgados e queimados pelo tempo.
Mas este não, é finalmente o fim.

Chega de coisas mal acabadas ou mal começadas, chega de coisas deixadas a meio, chega de inseguranças, chega de ti.

Orgulho-me em dizer que nenhuma lágrima derramei ao escrever este texto.
Envergonho-me ao perceber que lágrimas, essas, gastaste-as tal como á minha paixão.

Adeus. Desta vez não é meramente uma palavra, é o trancar de portas do meu coração, para ti, para todos, para sempre.

maio 05, 2010

Miragem contra o tempo


Quero mais, mais! Quero mais, ainda que saiba que naquela esquina está uma rasteira, e naquela esquina vou cair, e naquela esquina me vou magoar... Conheço-a melhor que a mim mesma. Reconheço-lhe cada recanto, cada passo e cada pedaço.
Já caminhei por ela, erguida e confiante, mas tropecei não só nela, mas também em mim. Ainda assim levantei-me, vendei os olhos, virei-me e sorri. Passo a passo, cuidadosa, fui ao seu encontro; lenta e silenciosamente. Foi vão. Forte não, não sou. Voltei a aterrar no chão, desta vez sem perdão. Levantei-me, incapaz de me mover. Espero então, aqui, espero que algo aconteça, espero que te dirijas a mim e que tragas contigo o que realmente preciso, espero que não sejas apenas pretérito mais-que-perfeito. Sufoco-me, afogo-me em dúvidas e ardo em recordações.

Não quero falecer, quero ficar a ouvir o teu coração bater.
Sabes? Sou muito mais do que pensas, sou muito mais do que mereces...
Não, realmente, não sabes...

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